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Como Construir Uma Indústria Cervejeira Mais Igualitária

Diversidade na Cerveja: Um Imperativo de Negócios e uma Jornada de Inclusão

O universo cervejeiro, vibrante e em constante expansão, enfrenta desafios que vão além da inovação de receitas e da otimização de processos. 

No Seminário Internacional da Cerveja 2025, Melissa Cole, renomada escritora e autora cervejeira, trouxe uma palestra poderosa e provocativa sobre a diversidade na cerveja, desafiando a indústria a olhar para si mesma e para seu futuro.

Melissa não poupou palavras ao questionar por que a diversidade é frequentemente relegada a um segundo plano, quando na verdade, é um pilar fundamental para a sobrevivência e o crescimento dos negócios em um mercado cada vez mais maduro e competitivo.

Prepare-se para refletir sobre como a inclusão não é apenas uma questão de justiça social, mas uma estratégia de negócio inteligente e necessária.

Por Que a Diversidade Não É “Só Mais Um Assunto”?

Para Melissa Cole, a diversidade não é um “hobby” ou um tema para ser discutido apenas em eventos específicos. É uma questão central para o futuro do mercado cervejeiro.

O setor global de bebidas alcoólicas tem enfrentado um declínio constante desde o início dos anos 2000, com o mercado brasileiro, embora mais resiliente, mostrando sinais de desaceleração no crescimento. Em mercados maduros, a batalha por novos clientes se intensifica.

Nesse cenário, continuar mirando o mesmo perfil de consumidor – o homem branco e heterossexual – é uma estratégia autodestrutiva. A diversidade é a chave para acessar novos nichos de mercado, construir uma base de clientes mais ampla e resiliente, e inovar verdadeiramente.

O Perigo da “Lady Christmas”: Diversidade de Fachada

Melissa criticou duramente a “diversidade performática” ou “Lady Christmas”, termo que ela usa para descrever as ações pontuais e superficiais, como posts no Instagram no Dia Internacional da Mulher, que não se traduzem em mudanças reais na cultura da empresa.

Um adesivo de “diversidade” em um laptop não é um valor; é uma decoração.

A autenticidade é vital.

A diversidade deve ser algo engraçado na cultura da empresa, e não apenas um “fazer” para cumprir tabela. Contratar pessoas que “não se parecem com você” é o primeiro passo para enriquecer o ambiente e expandir a visão do negócio.

Criando Ambientes Verdadeiramente Inclusivos

A palestra de Melissa Cole mergulhou em aspectos práticos e muitas vezes negligenciados que afastam públicos diversos:

Ambientes Agressivos: Bares e tap rooms excessivamente masculinos, com música alta e ambientes que não incentivam a interação, podem ser intimidadoras para mulheres e outros grupos. Melissa citou o “rugido primal” que surge quando alguém derruba um copo em festivais como um exemplo de comportamento que faz com que muitas mulheres se sintam inseguras.

Acessibilidade: Muitos espaços cervejeiros falham em oferecer acessibilidade real. Banheiros para cadeirantes frequentemente são usados como depósito, demonstrando uma falta de comprometimento que afasta pessoas com deficiência. Melissa sugere que empresas contratem e paguem pessoas com necessidades de acessibilidade para fazerem auditorias em seus espaços.

Questão de Classe e Preço: O mercado de cervejas artesanais, muitas vezes, é elitista em seus preços, alienando comunidades locais e de menor poder aquisitivo. Melissa questionou a falta de opções de cervejas mais acessíveis em tap rooms que deveriam servir suas comunidades. A cerveja, historicamente, é a bebida mais “igualitária”, e a craft beer não deveria perder essa essência.

Apoio Genuíno a Grupos Marginalizados: Além do “rainbow washing” (uso de símbolos LGBTQ+ sem apoio real), Melissa defendeu o apoio a organizações de base, espaços seguros e eventos gerenciados por grupos minoritários, e a garantia de que esses indivíduos se sintam verdadeiramente bem-vindos e seguros em seus próprios espaços.

O Potencial do Brasil: Paixão e Inovação

Melissa expressou seu amor pelo Brasil, destacando a vibrante e vocal presença de mulheres na cultura cervejeira brasileira. Ela elogiou a criatividade dos cervejeiros locais em incorporar ingredientes como frutas (caju, araçá), madeiras, especiarias e café, adicionando um caráter único a estilos existentes.

Essa capacidade de dar um toque brasileiro a ideias estrangeiras é um ponto forte que, se aliado a um compromisso genuíno com a diversidade, pode impulsionar ainda mais o mercado.

>> Leia também a opinião de Gordon Strong, presidente do Beer Judge Certification Program (BJCP), sobre os potencial brasileiro na criação de novos estilos de cerveja.

Um Chamado à Ação

A diversidade não é um luxo, mas uma necessidade para o mercado cervejeiro. É um compromisso que exige autenticidade, ação e responsabilidade. Ao invés de buscar apenas o lucro imediato, a indústria deve investir em construir uma base mais inclusiva, justa e, consequentemente, mais forte e sustentável para o futuro.

Este artigo é apenas um breve panorama das reflexões e provocações que Melissa Cole trouxe em sua palestra “How to Better Build an Equitable Industry”.

Ela detalha estratégias práticas, compartilha exemplos inspiradores e oferece um roteiro mais completo para a construção de um ambiente cervejeiro verdadeiramente equitativo e lucrativo para todos.

Para ter acesso à palestra completa e mergulhar fundo neste tema crucial para o futuro da sua empresa e do setor, preencha o formulário abaixo com seu e-mail.

Você receberá o link da gravação diretamente na sua caixa de entrada, para assistir quando e onde quiser. Prost!

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