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Uma análise do crescimento no número de cervejarias no Brasil

Dados fresquinhos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) trazem os números da evolução das cervejarias no Brasil. Após fechar 2017 com 679 plantas industriais, o país terminou setembro de 2018 com incríveis 835 fábricas, um crescimento de 156 novas indústrias em 35 semanas. Isso significa nada mais, nada menos do que quatro novas cervejarias por semana!

Mesmo com a crise que já se arrasta a quase cinco anos no Brasil, uma eleição extremamente complicada e um grande medo de investir no país, o número de novos empreendimentos segue crescendo. Se considerarmos a mesma velocidade para o restante do ano, finalizaremos 2018 com uma expansão de 30,60% no número de cervejarias.

Em 2017, o aumento foi de 39%. Deve-se entender esse crescimento menor em percentual pelo uso de uma base de comparação bem maior já que, ao que parece, o número de novas cervejarias será recorde este ano com mais de 200 novas plantas industriais.

Quanto a concentração de cervejarias, não há mudanças significativas: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro seguem com mais de 80% das cervejarias do país. No Sul e Sudeste, apenas o Espírito Santo não faz parte do pelotão de maiores produtores.

Outro dado interessante é que a densidade de cervejarias por habitantes tem aumentado inclusive nos estados que já eram líderes neste quesito. Rio Grande do Sul e Santa Catarina se destacam muito neste aspecto e seguem criando novas indústrias cervejeiras a uma velocidade maior que a média nacional. Se a proporção no Brasil fosse parecida com estes dois estados, em torno de uma cervejaria para cada 70 mil habitantes, teríamos potencial para 2.957 negócios do setor.

E, por fim, o novo relatório do Mapa traz uma novidade interessante que é o mosaico de cidade onde há cervejarias no Brasil. Nele, percebemos oportunidades de expansão do mercado em praticamente todas as regiões.

Concluímos, portanto, que o número de cervejarias no Brasil segue crescendo, com percentuais inferiores a 2017 mas com número absoluto de fábricas maior que o crescimento do ano passado. Segue-se a tendência de concentração no Sul e Sudeste do país, nos mesmos estados que já dominavam o mercado e com uma densidade de cervejarias por habitante cada vez maior, não mostrando qualquer sinal de saturação.

A situação é completamente desigual dentro do país e em cada um dos estados, o que pode ser interpretado como uma grande oportunidade de crescimento. Nossa opinião? Ao alto e adiante. Longe de ser moda, cerveja artesanal é uma tendência consolidada.

* Por Carlo Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte: Sommelier de Cervejas ESCM/Doemens. PhD em Finanças pela Universitat Ramon Llull em Barcelona, na Espanha. MBA em Gestão de Empresas Industriais pelo Institut Químic de Sarrià também em Barcelona e Engenheiro Civil pela Universidade Regional de Blumenau (Furb). Diretor Geral da Faculdade Épica e Diretor Geral da Escola Superior de Cerveja e Malte, sua mantenedora.
Mercado de Cerveja no Brasil 2018
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